— Ei idiota! Abaixa!
Alex mal havia se estabilizado do impacto anterior quando o inimigo avan?ou novamente, veloz e impiedoso. Suas partes mecanicas brilhavam com um tom laranja pulsante, como lava prestes a explodir, enquanto estalos elétricos cortavam o ar, ecoando pelo sal?o parcialmente iluminado.
Sem tempo para pensar, o conselheiro se jogou ao ch?o, rolando para evitar o ataque. Enquanto isso, Eva, com movimentos rápidos e precisos, terminou de riscar as runas em sua flecha. A ponta brilhou com uma luz azul intensa, quase ofuscante, antes de ser disparada com um som agudo.
— Está feito... — murmurou ela, com um sorriso determinado enquanto pegava uma nova flecha em sua aljava.
Estas eram suas flechas mais rápidas, e apesar de n?o ser a combina??o ideal para um combate em espa?o fechado, acreditava em sua maestria para utilizar colunas e obstáculos como aliados em sua estratégia.
Ela apostou tudo nelas, e suas m?os, embora firmes, tremiam levemente sob a press?o crescente. Se esfor?ou para ignorar o nervosismo, n?o havia margem para erro. Um único disparo mal calculado e o inimigo avan?aria novamente em dire??o ao seu amigo.
Felizmente, ao menos dessa vez, sua aposta foi correta.
Ela ziguezagueou entre as colunas, guiada pela mana impregnada, antes de atingir o ombro esquerdo de seu oponente. O impacto foi acompanhado por uma explos?o de faíscas, e o homem-máquina cambaleou, seu corpo sendo sacudido por uma onda de choque que causou pequenos curtos-circuitos ao longo de suas articula??es.
Ele recuou, puxando uma alavanca no lado do torso, liberando uma rajada de vapor comprimido que envolveu o espa?o ao seu redor como uma névoa sufocante. As faíscas que saltavam de seu ombro deixavam claro que o ataque de Eva havia causado dano, mas n?o o suficiente para desativá-lo.
— Ainda há tempo para recuarem. N?o precisamos transformar isso em um massacre — disse ele, sua voz distorcida por um tom metálico. Enquanto falava, girou o pulso mecanico que havia usado para aparar o ataque anterior, testando as engrenagens com um rangido amea?ador.
Sem qualquer sinal, torceu rapidamente a m?o, ativando pequenas laminas retráteis que, em um movimento fluido, disparou como projéteis na dire??o da menina ruiva, cada uma girando em grande velocidade.
Eva, com reflexos agu?ados, deslizou para trás agilmente, desviando habilmente de alguns projéteis e se defendendo com o próprio arco dos demais, fazendo-os ricochetearem nas paredes. Sem hesitar, ajustou outra flecha em seu arco, disparando-a com uma prepara??o rápida.
O projétil cortou o ar como um raio, mas o homem, notando a falta de potência em rela??o a anterior, apenas inclinou o corpo, fazendo acertar uma superfície lisa em suas costas, n?o rasgando mais do que parte de suas roupas.
— Boa tentativa, garota.
Com um leve ajuste no pulso, redirecionou os projéteis restantes, desta vez mirando Alex. As laminas cortaram o ar com um zumbido amea?ador, obrigando o pugilista a se esquivar para o lado, mas uma delas ainda encontrou sua pele, fincando-se profundamente em seu bra?o esquerdo.
Alex, ignorando a dor, aproveitou o momento para se levantar. Com um grito de fúria, ele golpeou o solo com as manoplas, tentando erguer uma barreira de pedra entre eles. No entanto, ao invés de sentir a conex?o familiar com a mana de quando as runas eram ativadas com sucesso, n?o houve nada.
— Merda! — rosnou, olhando para o piso. — Eva, o piso é de madeira. N?o consigo manipular!
— A gente dá um jeito! — Eva respondeu rapidamente, puxando outra flecha de sua aljava. Com um movimento habilidoso, come?ou a riscar runas de fogo na haste enquanto mantinha um olho no inimigo.
A figura misteriosa aproveitou o deslize de seu oponente e disparou um gancho metálico. O cabo seguiu em linha reta, prendendo-se à parede atrás de Alex com um som seco. O cabo se retraiu em um instante, puxando-o em dire??o ao pugilista com uma velocidade assustadora.
Alex mal teve tempo de levantar as manoplas, bloqueando o impacto no último segundo. O golpe foi brutal, o som de metal contra metal reverberando pelo sal?o. A for?a do impacto o empurrou alguns metros para trás, for?ando-o a colidir com uma das colunas.
— Mana é imprevisível — o homem robótico deu um passo à frente. — A tecnologia é confiável.
Antes que o conselheiro de guerra pudesse responder, ele desferiu um potente chute. No meio do movimento, um estalo perturbador ecoou quando o mecanismo interno de sua perna girou. Um fluxo de fuma?a escapou de seu joelho, e a perna acelerou subitamente, atingindo o conselheiro com uma for?a ampliada. O impacto lan?ou o pugilista ainda mais longe, deixando um rastro de rachaduras na parede onde ele caiu.
Em paralelo, atirou em dire??o a Eva com uma das armas embutidas em sua palma, que se lan?ou para o lado instantaneamente. No entanto, contrariando sua predi??o, a bala explodiu no ar antes de atingi-la, emitindo uma explos?o de luz cegante.
A explos?o n?o se dissipou imediatamente; em vez disso, formou uma esfera brilhante que flutuava no ar, emitindo feixes de luz que se espalhavam pelo sal?o. Com o brilho intenso dificultando sua vis?o, Eva foi for?ada a cobrir os olhos com o bra?o, o que tornou o ambiente ainda mais perigoso.
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— Que porcaria é essa? — ela murmurou, apertando os olhos na tentativa de focar no inimigo.
— Isso é o futuro!
Com o fim da frase, o homem ativou uma série de fios metálicos que se projetaram de suas costas, como serpentes de a?o, prendendo-se ao teto com um som metálico seco. Ele se ergueu rapidamente, reposicionando-se no alto com uma leveza que desafiava a estrutura pesada de seu corpo cibernético.
O que ele n?o esperava era o treinamento agu?ado da garota cegada.
Agora guiada apenas pelo som, Eva parou por um momento, os olhos fechados enquanto sua respira??o se tornava lenta e controlada. Sua audi??o apurada captava cada vibra??o no ar, cada movimento que o inimigo fazia acima dela. Com movimentos firmes, reposicionou a flecha já runificada anteriormente, suspirou, e atirou.
No meio do trajeto, as runas de fogo se ativaram, transformando-a em um pequeno cometa incandescente que iluminou o sal?o por breves segundos. O homem tentou desviar, movendo-se lateralmente no teto, mas o impacto foi inevitável. Apesar da falta de danos diretos, a explos?o gerada derreteu as cordas, fazendo-o despencar.
— Boa! — Alex gritou, cuspindo uma pequena quantidade de sangue enquanto ajustava sua postura com dificuldade e corria em dire??o ao inimigo.
No entanto, o homem que enfrentava a dupla n?o ficou no ch?o por muito tempo. Rolando no impacto, ele se reergueu com uma velocidade impressionante, com seus sistemas internos corrigindo automaticamente seu equilíbrio. O movimento era fluido, quase organico, apesar do peso evidente de seu corpo. Ele dobrou o pesado torso em um giro calculado, dissipando a energia da queda e voltando à posi??o de combate em um piscar de olhos.
Com um som mecanico suave, ajustou o bra?o danificado pela queda, liberando mais vapor e realinhando os componentes deslocados. Os mecanismos internos giravam e zumbiam, restaurando sua funcionalidade. Sem pronunciar uma palavra, ergueu o bra?o agora regulado, um brilho laranja emanando da extremidade enquanto um painel deslizava para revelar outro dos canh?es embutidos.
Uma rajada de energia disparou, rápida e mortal, atravessando o espa?o entre ele e Alex em segundos.
A primeira onda de disparos ricocheteou nas manoplas do guerreiro, mas o recuo for?ou o pugilista a dar alguns passos para trás. Mesmo desviando com movimentos rápidos, três das balas da segunda onda atingiram sua perna de rasp?o, deixando marcas de queimaduras e uma dor aguda que o fez ranger os dentes.
— Droga... — ele murmurou, usando o peso da previsível queda para deslizar alguns passos para frente, reposicionando-se enquanto a energia restante da rajada explodia no ch?o ao seu redor.
Ele respirou fundo, ignorando a sensa??o lancinante, e respondeu com um soco poderoso. As manoplas brilharam com um tom amarronzado enquanto ele ativava novamente as runas. Nunca havia tentado reunir partículas desta forma, afinal, nunca havia sido necessário, mas se concentrou nas partículas de terra e poeira presentes no ar, sugando-as para formar pequenas brocas que giravam velozmente ao redor de seus punhos. O gasto de mana foi abismal, e sentiu uma leve tontura momentanea, mas recobrando rapidamente os sentidos, disparou em dire??o ao seu inimigo.
O golpe foi certeiro, jogando-o para trás, mas sua estrutura refor?ada absorveu boa parte do impacto. Ele caiu apoiado em um dos joelhos, mas logo se levantou novamente.
— Vocês s?o teimos…
N?o teve tempo de concluir sua frase, pois o grito de Alex ecoou pelo corredor, sobrepujando sua voz metálica.
— Chega de brincadeiras!
Se aproximando em um segundo, desferiu mais um de seus socos. O impacto atingiu o peito do homem-máquina, e sem hesitar, Alex deu outro passo à frente, canalizando ainda mais energia para suas armas, suas manoplas brilhando intensamente ao imbuí-las com toda a mana restante que conseguia reunir. Mais sangue foi vomitado, porém continuou o processo, e pequenas partículas de poeira come?aram a flutuar uma vez mais ao redor das manoplas, atraídas pela for?a da energia, girando rapidamente até formar pequenos espinhos rotatórios em suas luvas. Ele girou os punhos para ajustar a forma??o, e ent?o desferiu outro golpe, mais devastador que o anterior.
A intensidade do golpe despeda?ou o capuz de seu oponente, arrancando parte de sua mandíbula metálica. Fragmentos de metal voaram, misturados com um fluido preto viscoso que escorria junto com sangue humano.
Por um momento, Alex ficou estático, ofegante, observando o rosto agora exposto de seu adversário. Era uma vis?o perturbadora: a pele que restava estava esticada sobre partes grandes de ferro, os ossos artificiais moldados com precis?o cruel. Algumas mechas de cabelo preto desordenado ainda estavam presas a partes do cranio, enquanto o lado esquerdo do rosto exibia um olho completamente mecanico, brilhando em um tom sinistro.
Antes que pudesse processar completamente o que via, o homem retaliou com uma precis?o implacável. Mesmo gravemente danificado, ergueu o bra?o e disparou um último tiro direto. O projétil atingiu Alex também no rosto, destruindo sua máscara de prote??o em uma explos?o de fragmentos de ceramica azul e pontas de a?o.
A máscara despeda?ada revelou o rosto suado e confuso do conselheiro, com pequenos peda?os ficando cravados em suas bochechas. Ele piscou, tentando recuperar o foco enquanto o som quebradi?o dos demais peda?os atingindo o ch?o reverberava pelo sal?o.
Os dois ficaram parados por um momento, encarando-se em silêncio. O único som era o zumbido das máquinas e o ocasional gotejar de fluidos. Foi ent?o que seus olhos se arregalaram ao mesmo tempo em uma compreens?o mútua.
— Alex? — a voz do homem máquina soou diferente, mais humana, carregada de incredulidade e uma emo??o inesperada.
— Você... — Alex murmurou, recuando um passo, sua respira??o se tornando mais irregular. — Isso é impossível. Você morreu... Você… Você é um fantasma!
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